sábado, 18 de julho de 2009

SONETO 25

Deixa aqueles cuja sorte brilha nas estrelas
Gabarem-se das públicas e nobres pompas,
Enquanto eu, impedido de tal fortuna,
Não procurei a alegria naquilo que mais prezava.
Dos príncipes os diletos espalham belas flores,
Mas como o mal-me-quer sob o sol,
E em si mesmos jaz enterrado seu orgulho,
Cuja glória fenece sob um mero olhar.
O esforçado guerreiro, notável por suas batalhas,
Após mil vitórias, ao perder uma delas,
Tem seu nome riscado do livro das honrarias,
E vê esquecido tudo por que lutou.
Feliz sou eu, que amo e sou amado,
De onde não me movo nem sou movido.

SONETO 26

Senhor do meu amor, de quem, em vassalagem,
Uniu firme o teu mérito ao meu dever,
A ti envio este pedido por escrito,
Em testemunho do dever, não do meu talento;
Dever tão grande, cujo talento tão pobre quanto o meu
Parece destituído de palavras para expressá-lo,
Mas que espero que o teu bom conceito
Em teu âmago, todo despido, lhe trará;
Até que uma estrela que guie o meu gesto
Aponte-me graciosamente com a sua beleza,
E vista o meu amor maltrapilho,
Para mostrar-me merecedor de teu doce respeito.
Então, que eu ouse me gabar do amor que sinto;
Até lá, me guardarei para que não me desafies.

Um comentário:

  1. Olá, boa tarde... gostei muito das traduções feitas, porém, onde se encontra os sonetos 27 e 28 (?) Muito obrigado!

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