segunda-feira, 13 de julho de 2009

SONETO 135

Todos têm seu desejo, tu tens o teu,
E Desejo de dar, e Desejo à mancheia;
Mais do que devo, eu ainda a perturbo,
Acrescendo sempre mais ao teu desejo.
Senão, quem deseja de modo largo e prazeroso,
Sem esconder o meu desejo no teu?
O desejo em outros parecerá gracioso,
E em mim não pode ser aceito?
O mar, os rios recolhem as águas da chuva,
E, abundantes, somam-se às suas reservas;
E tu, rica em Desejo, aumenta o teu Desejo
Com o meu para fazer crescer ainda mais o teu.
Não matemos os amantes injustos e pouco gentis;
Pensa apenas em mim e, em mim, neste Desejo teu.

SONETO 136

Se tua alma te impede que eu me aproxime,
Jura à tua cega alma que sou teu Will,
E o desejo, tua alma sabe, aqui cabe;
Pois o meu amor preenche a minha doçura.
Will preencherá o tesouro do teu amor,
Sim, encherá até a boca, e apenas com o meu desejo.
Naquilo que aceitamos, logo comprovamos
Somente o que preferimos.
Assim, entre vários, passo despercebido,
Embora eu seja único para ti;
Pois nada me detém, então, não me impeças
Que eu te seja doce e gentil.
Ama apenas o meu nome, e o amor que ele contém,
E assim me amas, pois meu nome é Will.

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