sábado, 18 de julho de 2009

SONETO 13

Ah, se pudesses ser quem és! Mas, amado,
Tens a vida apenas enquanto ela pertence a ti.
Deverias te preparar para um fim tão próximo,
E a outro emprestar o teu doce semblante.
Assim, se a beleza que deténs em vida
Não tiver um fim, então, viverias
Novamente após a tua morte,
Quando a tua doce prole ostentasse a tua doce forma.
Quem poderia ruir uma casa assim tão bela,
Cuja economia em honra se poderia prevenir
Contra o vento impiedoso dos dias frios,
E a estéril fúria do eterno estupor da morte?
Ó, quanto desperdício! Meu caro, sabes
Que tiveste um pai: deixa o teu filho dizer o mesmo.

SONETO 14

Não faço meus julgamentos pelas estrelas;
Embora conheça bem a astronomia,
Mas não para adivinhar o azar ou a sorte,
As pragas, as privações, ou as mudanças de estação;
Nem posso adivinhar o futuro próximo,
Dando a cada um a sua tormenta,
Ou dizer aos príncipes se tudo passará,
Predizendo o que apenas os céus podem trazer:
Porém, retiro a minha sabedoria de teus olhos,
E (eternas estrelas) neles entendo a sua arte,
Pois, juntos, vencerão a verdade e a beleza,
Se de teu próprio ser verteres o teu alento;
Senão, isto, eu prenunciaria:
Em ti toda a verdade e beleza findam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário