SONETO 1
Dentre os mais belos seres que desejamos enaltecer,
Jamais venha a rosa da beleza a fenecer,
Porém mais madura com o tempo desfaleça,
Seu suave herdeiro ostentará a sua lembrança;
Mas tu, contrito aos teus olhos claros,
Alimenta a chama de tua luz com teu próprio alento,
Atraindo a fome onde grassa a abundância;
Tu, teu próprio inimigo, és cruel demais para contigo.
Tu, que hoje és o esplendor do mundo,
Que em galhardia anuncia a primavera,
Em teu botão enterraste a tua alegria,
E, caro bugre, assim te desperdiças rindo.
Tem dó do mundo, ou sê seu glutão –
Devora o que cabe a ele, junto a ti e à tua tumba.
SONETO 2
Passados quarenta invernos sobre a tua fronte,
Após cavarem fundos sulcos nos vergéis de tua beleza,
O vigor de tua orgulhosa juventude, hoje tão admirada,
Será um esmaecido ramo sem nenhum valor.
Então, ao te perguntarem onde está o teu encanto,
Onde está a riqueza de teus luxuriosos dias,
Respondes, com olhos fundos,
Que não passaram de vergonha e descabidos elogios.
Que louvores mereciam o uso de teus dotes,
Se pudesses responder: “Este belo filho meu
Me vingará, e justificará todos os meus atos”,
E provará ter herdado de ti toda a formosura.
Isto farás de novo quando fores mais velha,
E o sangue te aquecer quando te sentires fria.
sábado, 18 de julho de 2009
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Maravilha! Thereza, já adicionei o link de seu blog e fiz um convite aos meus leitores para apreciar suas belas traduções. Um grande abraço!
ResponderExcluirHilton, obrigada!
ResponderExcluirGrande abraço!
Olá eu gosto de suas traduções e gostaria de pedir permissão pra escrever suas traduções em meu caderno. Como um memorial ficaria muito feliz se permitisse.
ResponderExcluirPode copiar. Estão no blog para isso. Abraços.
ResponderExcluirParabéns por oportunizar a muitos a possibilidade de mergulhar profundo na alma humana... após sentir fortes emoções decorrente da boa leitura, o homem, certamente, estará mais sensível e humano...
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