quinta-feira, 16 de julho de 2009

SONETO 77

Teu espelho te mostrará como a beleza se extingue,
Teu relógio, como os preciosos minutos se gastam;
As folhas ausentes ficarão marcadas em tua mente,
E a lição que deverás aprender deste livro:
As rugas que teu fiel espelho te mostrará
Cavarão sulcos em tua lembrança;
Tu, pela sombra dos ponteiros do relógio, verás
O andar sub-reptício do tempo até a eternidade;
Vê o que tua memória não pode suportar,
Aceitando esses desperdícios, e encontrarás
Essas crianças alimentadas, livres de tua mente,
Para conhecer, de outro modo, teu pensamento.
Esses fatos, sempre que os leres,
Ser-te-ão proveitosos, e muito enriquecerão teu livro.

SONETO 78

Tantas vezes invoco-a como minha Musa,
E encontro auxílio para meu verso
Toda vez que uso minha pena,
E por ti sua poesia é aspergida.
Teus olhos, que ensinaram os mudos a cantar,
E a pesada ignorância a planar,
Criou plumas para a sábia asa,
E deu à graça majestade em dobro.
Mesmo me orgulhando do que compilo,
Cuja influência vem e brota de ti;
Na obra alheia apenas consertas o estilo,
E as artes com teu dom são abençoadas;
Mas tu és toda a minha arte, e avanças
Tão alto quanto aprendo sobre o que nada sei.

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