sábado, 18 de julho de 2009

SONETO 11

Tão rápido quanto cresces, assim fenecerás
Em um dos teus de quem te despedes;
E o sangue novo que aos mais novos concedes
Poderás chamar de teu quando deixares a juventude.
Aqui reside a sabedoria, a beleza e o progresso;
Sem isto, há loucura, velhice e decrepitude.
Se todos se importassem, o tempo cessaria,
E em três tempos do mundo ele se despediria.
Deixemos aqueles que a Natureza não preservou,
Duros, amorfos e rudes, morrer sem filhos.
Àqueles a quem ela concedeu a graça, deu mais ainda;
Cujo presente abundante mais deverias prezar;
Ela te esculpiu como símbolo e, por isso,
Mais deverias produzir para não feneceres.

SONETO 12

Quando conto as horas que passam no relógio,
E a noite medonha vem naufragar o dia;
Quando vejo a violeta esmaecida,
E minguar seu viço pelo tempo embranquecida;
Quando vejo a alta copa de folhagens despida,
Que protegiam o rebanho do calor com sua sombra,
E a relva do verão atada em feixes
Ser carregada em fardos em viagem;
Então, questiono tua beleza,
Que deve fenecer com o vagar dos anos,
Como a doçura e a beleza se abandonam,
E morrem tão rápido enquanto outras crescem;
Nada detém a foice do Tempo,
A não ser os filhos, para perpetuá-lo após tua partida.

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